A escola municipal São João, da Prefeitura de Manaus, localizada na comunidade São João do Tupé, zona ribeirinha da cidade, teve o projeto “Observatório da Estiagem: monitoramento tecnológico e participativo de componentes físicos e naturais para avaliação da seca do rio Negro na comunidade São João, na Reserva de Desenvolvimento Sustentável Tupé”, escolhido entre os 30 finalistas do Prêmio Nacional Liga STEAM 2025, sendo uma das dez finalistas na categoria Anos Finais.
Atualmente, a escola administrada pela Secretaria Municipal de Educação (Semed), participa da quinta etapa do prêmio. Até o próximo dia 30/10, ocorre uma nova fase de avaliação para definir os nove vencedores entre os finalistas. Serão premiados os três primeiros educadores em cada uma das três categorias: Anos Iniciais, Anos Finais e Ensino Médio. O resultado será anunciado no dia 3/11, durante a cerimônia de premiação no Festival LED, em Belo Horizonte (MG).
O projeto conta com a participação de oito alunos da escola, sete do 6º ano, incluindo dois bolsistas da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam), e um estudante bolsista do 8º ano.
No dia a dia, os estudantes realizam atividades de campo para medir o nível do rio com uma régua linimétrica, produzida e instalada pelos mesmos, e verificar a quantidade de chuva por meio de um pluviômetro artesanal. Também monitoram o nível de poços utilizando um sensor eletrônico desenvolvido pela equipe, registram dados com multímetros e observam bioindicadores, como o comportamento de animais e o aspecto da vegetação.
A responsável pelo projeto é a professora de geografia da Semed, Thaini Maiara Pereira Alves, licenciada pela Universidade do Estado do Amazonas (UEA) e mestre em Ensino de Geografia pela Universidade de Brasília (UnB). Para ela, a chegada à fase final representa um marco para a educação ribeirinha de Manaus.
“Com certeza essa oportunidade é um reconhecimento imenso, não só para o nosso projeto, mas para toda a educação ribeirinha de Manaus e para a educação das águas e florestas. Trabalhar com tecnologia na zona ribeirinha é mais complexo. Nós lidamos com falta de energia e internet instável, mas é isso que torna nosso trabalho tão inovador. O Observatório da Estiagem prova que é possível fazer ciência de ponta com recursos acessíveis. E, o mais importante, é que a tecnologia não é um fim em si mesma, mas uma ferramenta para resolver um problema real da nossa comunidade”, destacou.
Morador da comunidade, o aluno do 8º ano, Renan Ferreira de Oliveira, 14 anos, estuda na escola desde a educação infantil e expressou orgulho pela conquista.
“Estou muito feliz e aprendi muita coisa com esse projeto, principalmente a montar circuitos elétricos para ajudar os moradores. Tivemos uma seca muito intensa na nossa comunidade, e poder contribuir com uma solução é muito importante. Fico grato porque o nosso projeto está ganhando reconhecimento”, afirmou o estudante.
Sobre o prêmio
O Prêmio Nacional Liga STEAM é uma iniciativa da Fundação ArcelorMittal, com consultoria técnica da Tríade Educacional, que reconhece e valoriza a implementação da abordagem STEAM (Ciência, Tecnologia, Engenharia, Artes e Matemática) nas escolas públicas brasileiras.
Nos últimos três anos, quase 4 mil educadores de todo o país participaram da iniciativa, que tem incentivado práticas pedagógicas inovadoras e o uso de tecnologias para a transformação da educação.
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Texto – Paulo Rogério/Semed
Fotos – Divulgação / Semed